Cada vez mais a sociedade vem transformando a felicidade em um produto comercializado e idealizado, como se pudéssemos compra-la desde que tenhamos algo para dar em troca. As pessoas atualmente precisam ser felizes, o que virou quase uma obrigação e não mais um anseio íntimo.
Sentir-se decepcionado porque o relacionamento acabou e a pessoa que você acreditava compartilhar os mesmos planos que os seus foi embora? Que bobagem, isso é falta de amor próprio, afinal a fila anda. Chorar porque o seu cachorrinho de estimação morreu? Para quer sofrer, vai em um pet shop e compra outro ainda mais bonitinho. Sentir-se frustrado porque o seu trabalho não corresponde áquilo que você esperava? Reclamando de barriga cheia, afinal você pode buscar por outro onde ganhe ainda mais. Sentir saudades de um amigo que há muito tempo não ligar para você? Não vale apena, tem um monte deles conectados a você 24 horas por dia através das redes sociais da internet.
Não temos mais o direito de sofrer, de curtir um dia de fossa, de chorar, de não fazer nada, não ter nada, de não querer ser nada. Somos cada vez mais cobrados em sermos pessoas felizes realizadas profissional, pessoal e inclusive sexualmente. Não se pode falhar. Porém, é à medida que esses ideais se fortalecem que a felicidade se distancia cada vez mais.
Ser feliz é estar consigo mesmo e muitas vezes não é o mesmo que ser um artigo definido, um super-homem ou a mulher maravilha. Encontrar a felicidade é encontrar intimamente aquilo que lhe realiza e o que realiza você não é o mesmo que me faz sentir realizada. E o melhor que se faz nesse encontro com a felicidade é o caminho que se trilha na busca. As possibilidades que podemos percorrer, as trilhas que podemos abrir e os outros caminhos que podemos cruzar em troca com o outro.