domingo, 2 de outubro de 2011

O que estavas aí a fazer … ???


É engraçado este negócio de viajar a países aos quais não se conhece suficientemente a língua, seus usos e costumes. Entretanto pode também ser um tanto quanto trágico. Mas calma, trágico não tem que acarretar necessariamente uma tragédia.

Pois bem, encontrava-me em Lisboa, a caminhar pelo parque Eduardo VII, pelos Jardins e Caminhos Amália Rodrigues.Um parênteses: nós cronistas somos uma espécie de espiões do dia-a-dia. Somos meio que vouyers. Como ia dizendo, estava eu a caminhar, a mirar a paisagem ... Era um domingo. O céu estava azulíssimo e ventava frescamente. Que delícia ...

À minha frente, ouvi um cavalheiro a chamar por alguém, cujo nome não consegui perceber qual era. Repetia e repetia, mas não consegui perceber que nome era. Tal cavalheiro, lusitano, um senhor com aproximadamente a minha idade, com certeza estaria a chamar por seu neto ... Já que o fazia de forma bem carinhosa.Estava o cavalheiro ali parado, voltava-se para a direita e para a esquerda, esticava o pescoço para, certamente, visualizar a quem chamava.

Passei pelo cavalheiro deixando-o às minhas costas, quando de repente, vejo um bonito e saudável cão labrador, preto, com os pelos lustrosos, a abanar o rabo, seguindo ao encontro do respectivo senhor ...Foi quando ouvi o cavalheiro, repetir o tal nome próprio (que fiquei sem entender), e complementar dizendo: o que estavas aí a fazer ???


Por:
Osiris Duarte | duarte.14@ig.com.br


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