quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Diversos/O artista da triste figura



         Michael  Jackson morreu no dia  25  de junho de 2009, aos 50 anos. Ele  é considerado o rei do pop. Título  conquistado depois de anos de estrada, milhões de discos vendidos, milhões de fãs espalhados pelo mundo e claro, muito talento. Mas  nos anos finais de sua vida e carreira, a sua imagem não era de um rei, ou talvez fosse de um rei caído, destronado.                                      
           Manter-se  na crista da onda por longos anos não  é pra qualquer um, mas sua ruína talvez  tenha, como principal responsável  ele próprio. O  artista pop depende de sua imagem, mas o que fazer quando essa tal imagem não é mais tão  agradável?  Primeiro ele sofreu  uma espécie de  metamorfose, era negro e  ficou branco, e depois vieram as tais plásticas no rosto e no nariz. Sem falar  das  acusações  de  abuso sexual de  menores, que queimaram mais ainda o seu filme. E  pra  piorar,  já  não  fazia  mais o sucesso que o consagrou como rei do  pop  no passado.  Agora  tente   imaginar o sofrimento desse homem, tendo que sustentar uma imagem que se deteriorou    com  os  anos, exibindo um semblante que  chega  a ser assustador. Tais  alterações   físicas,  talvez   demonstrem  o  quanto seu psicológico também estava alterado,  pra não dizer completamente  abalado. Manter o  nome, preservar  a  imagem, continuar  no  topo. Como fazer  isso depois de tamanha degradação? Mesmo com todo o seu  carisma,  essa se mostrava uma  tarefa  difícil,  pois seu  nome e  imagem estavam manchados,  e  há  manchas  que  não conseguimos  tirar. Não  conseguimos  tira-las devido  a  nossas   próprias  deficiências, devido  a  erros que  não  podem ser concertados, ou devido ao fluxo da vida, ao qual   não  temos controle, e que se  mostra muitas vezes como uma  ordem  aleatória, que vem sem avisar e  nos arrebata.  
                  Michael  Jackson está morto, seu  nome não. Suas músicas  serão lembradas, e ele será sempre o rei do pop, mas em seus anos finais, era ele uma  triste figura.

Por:Claudemir Ferreira
claudemirjoseferreira@yahoo.com.br



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