Encontramos várias tentativas de definições sobre o que seria o amor, nos versos dos poetas, nos acordes das músicas e a quem se arrisca por buscar uma causa coerente e fisiológica. Porém existe algo da ordem do real impossível de significar e que foge a qualquer tentativa de nomeação.
A questão que gostaria de discutir e compartilhar é que ele embora seja um sentimento bem singular, algo de comum perpassa algumas histórias que culminam em tragédia. Pessoas matam em nome de um amor pelo o outro dito maior que tudo e que a própria vida. Entretanto, o amor enquanto sentimento de doação, de carinho e fraternidade envolve também o respeito pelo outro, respeito pelas escolhas que o outro faz. O amor não causa dor, aquilo que foge da direção da saúde pode ser qualquer outra coisa, sentimento de posse, egoísmo, obsessão, mas não amor.
Não é difícil encontramos no noticiário historias de relacionamentos que terminaram em morte e todos são banhados por um descontrole emocional e um ciúme desproporcional que já apresentava seus sinais. Posso me recordar de histórias como a da menina Eloá de apenas quinze anos que ficou refém do ex-namorado por mais de cem horas e acabou morta por um tiro disparado pelo mesmo, tudo porque o mesmo não se conformava com o fim do relacionamento. A cabelereira que foi morta a tiros dentro do salão enquanto trabalhava pelo ex-marido que já tinha ordem da justiça de permanecer a 50 metros de distancia da mesma. E muitos outros caso que acontecem no anonimato e que nem nos damos conta que tomaram proporções violentas.
Relacionamentos marcados pela violência, o descontrole, o ciúme e por uma relação objetal de posse, como se a vida de um pertencesse ao outro. E a mulher é ainda na maioria das vezes a que sai mais prejudicada nas relações doentias principalmente pela fragilidade emocional que estão vulneráveis.
O outro é capaz de nos despertar os mais diversos e primitivos sentimentos como amor e ódio. Para algumas pessoas o delicado limiar que separa esses sentimentos presentes em qualquer relação fica tomado pela insegurança que esse outro também nos provoca. Então, é preciso se tratar tanto aquele que agride quanto aquele que ser deixa agredir, pois na maioria das vezes a pessoa permanece na relação acreditando distorcidamente que aquilo que dizer amor.
Por:
Débora Gabriele | deboragabriele@hotmail.com
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