sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Reflexões/A inutilidade dos elefantes brancos


Por: Ieda Alkimim / ieda@betimcultural.com.br

www.escritoraieda.blogspot.com


Quem nunca ouviu a frase: ganhei um elefante branco! Antes, porém, vamos entender de onde surgiu essa expressão. 
Sua origem remonta do antigo Reino de Sião, a atual Tailândia, onde os elefantes brancos eram raríssimos e  considerados sagrados. Quando alguém caía em desgraça aos olhos do rei, era logo presenteado com um elefante branco, não podendo negar tal presente e muito menos livrar-se dele, dando-o para outra pessoa. Restava ao pobre agraciado cuidar, alimentar e manter o pêlo do animal sempre branco e bonito, o que custava muito dinheiro sem nenhum retorno, ou seja, era um presente inútil e dispendioso.  
Essa pequena história é para lembrar a todos os brasileiros que, em breve, teremos vários elefantes brancos construídos para a copa do mundo de 2014. Segundo vários jornais, sites e revistas, estão listados aproximadamente cinco dessas obras faraônicas, que poderão se tornar os próximos elefantes brancos do Brasil. Vale lembrar que alguns estádios, construídos na África para a copa de 2010, estão sendo demolidos porque é mais barato destruí-los do que mantê-los. 
Não bastasse as estradas construídas no meio do nada, as pontes pela metade e os aluguéis pagos com dinheiro público para servidores fantasmas, ainda teremos que engolir mais essa. 
Eta Brasil sem jeito, sô!
             
             “As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do caráter”. 
                                                                               (Carlos Drummond de Andrade)


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