Por:Débora Gabriele | deboragabriele@hotmail.com
Na história a mulher sempre esteve em uma posição desfavorecida na sociedade, no entanto vem buscando seus direitos e espaço na sociedade. Precisou queimar em praça pública seu sutiã para brigar por liberdade e igualdade. Hoje temos nada menos que uma mulher no governo do país e muitas outras assumindo posições importantes na política, na cultura, na arte e na ciência. Entretanto, foi precisou que mais de 80 mulheres fossem mortas carbonizadas dentro de uma fábrica para que houvesse um despertar e uma mobilização. Outro marco importante foi à pílula anticoncepcional na década de 60 que trouxe uma revolução social, independência à mulher e uma possibilidade de controle e pertencimento sobre seu próprio corpo e desejos, direitos que antes lhe eram negados.
O aborto é um tema complexo que merece muitos espaços de discursões, pois entra em questões com ética e filosofia, na medida em que implica em outra vida e em um direito de escolha do sujeito. Diante de uma gravidez indesejada e não planejada (que poderia ter sido evitada, mas que inconscientemente é desejada) algumas mulheres recorrem ao método mais arcaico e cruel com elas mesmas e com o outro, o aborto. É um direto da mulher abortar enquanto uma escolha sobre o seu próprio corpo ou é um crime contra a vida pelo qual ela precisa responder? As feministas gritarão que é um direito, mas as cristãs e a justiça lhe condenarão a prisão. Uma mulher juridicamente pode fazer um aborto em condições legais em apenas duas ocasiões: estrupo ou quando o feto oferece risco de morte à mulher.
Sem entrar no mérito de cada ponto de vista, há escolha que poderia ter sido feita antes e se não foi então é dever do ser humano responder pelos seus atos e assumir as consequências dos mesmos, isso se chama responsabilidade. Precisamos partir de uma questão fundamental, a tomada de consciência que é preciso se ter do próprio corpo e dos próprios desejos. Pois, mesmos em pleno século XXI depois de tantas conquistas dos direitos femininos, do avanço da ciência e da facilidade como as informações circulam e podem ser transmitidas, adolescentes e mulheres continuam engravidando de forma inesperada e imprópria, mesmo sabendo de onde vêm os bebês e como evitar uma gravidez indesejável